Um dos principais valores da educação profissional do SENAI é o “aprender na prática”, que incentiva uma metodologia de visualizar e aplicar conhecimentos teóricos em desafios reais. Essa metodologia perpassa todas as modalidades de ensino que são oferecidas pelo SENAI: desde jovem aprendiz à pós-graduação.
Aprender na prática não é apenas um conceito, é um método que exige uma infraestrutura preparada para atender às necessidades desse tipo de aprendizado e agregar à experiência do aluno.
É por isso que o SENAI promove experiências para além da sala de aula, envolvendo estudantes e empresas parceiras para solucionar desafios reais da indústria. Uma dessas experiências é o Grand Prix de Inovação.
O Grand Prix é uma corrida de inovação aberta em que equipes multidisciplinares, chamadas “escuderias”, criam ideias que solucionam os problemas apresentados por empresas da sua região, em áreas como mobilidade, sustentabilidade, inclusão, segurança e outros.
Após a fase de ideação, as escuderias desenvolvem e prototipam suas soluções. Para essa prototipação, combina-se métodos de inovação aberta e criatividade, conceitos de empreendedorismo, redes colaborativas e profissionais multidisciplinares, com a utilização de materiais diversos e softwares para prototipagem em 2D e 3D.
Dessa forma, a construção dessas soluções torna-se dinâmica e apresenta uma diversidade de produtos que possuem potencial para implementação.
Cada escuderia pode ter até cinco integrantes e são orientadas por um professor ou instrutor. As escuderias são categorizadas em três níveis:
Ao final da etapa de prototipação, as equipes podem elaborar um Business Model Canvas e, por último, acontece o pitch no qual a proposta é apresentada ao público e uma banca de avaliadores técnicos.
O GP pode ser realizado em nível escolar, regional e nacional, de forma presencial ou virtual. Além disso, o projeto pode integrar escolas do SENAI junto de outras escolas e instituições de ensino do estado e município. Um evento de GP tem de 8 horas a até dois dias de duração, conforme os desafios e o número de escuderias envolvidas.
Neste ano, o projeto MoviTec, da escuderia “4. Innovators” dos alunos do Instituto SENAI de Tecnologia em Mecatrônica, de Caxias do Sul, conquistou o primeiro lugar nacional na categoria Júnior no tema Indústria 4.0. O desafio foi o de buscarem solução para um sistema de manutenção preditiva de máquinas, proposto pela empresa SKA, que desenvolve softwares para engenharia e soluções tecnológicas para diversos segmentos.
Com recorde de inscrições, o GP de 2022 teve a participação de 6.095 competidores em nível nacional, divididos em 1.450 escuderias, com desafios propostos em cinco áreas temáticas: Alimentos e Bebidas, Automação, Construção Civil, Indústria 4.0 e Tecnologia da Informação.
Além da etapa nacional, escolas do SENAI-RS realizaram etapas locais e regionais fomentando a integração dos alunos e a inovação tecnológica
O Grand Prix faz parte da SAGA SENAI de Inovação, que contempla três momentos, sendo o GP o primeiro. O próximo passo é o Desafio SENAI de Projetos Integradores, que é uma competição com duração de seis meses em que equipes multidisciplinares desenvolvem soluções e protótipos funcionais para os problemas estudados no GP.
Por último, o Inova SENAI é o momento em que os projetos serão apresentados às empresas e a banca examinadora, com a intenção de que os alunos interajam com profissionais da indústria e, até mesmo, investidores interessados nos protótipos. Esse é o momento em que os projetos com maior destaque recebem o Prêmio Inova SENAI durante o Mundo SENAI.
Assim, a SAGA SENAI de Inovação inspira ações empreendedoras que colaboram na preparação dos estudantes para os desafios contemporâneos e promove a criatividade, a inovação e o empreendedorismo na educação e tecnologia.
A cultura maker, que incentiva o “faça você mesmo”, propõe o aprendizado na prática, embasado na busca por soluções criativas, experimentais, inovadoras e colaborativas. O aprendizado na prática inclui o acesso ao conhecimento e a ferramentas certas, oportunizando, assim, o ambiente compatível para que essa solução se desenvolva.
Tecnologias como a de impressoras 3D, máquinas de corte à laser, kits de robótica e o acesso à internet são algumas das ferramentas que impulsionam a cultura do faça-você-mesmo. Além disso, esse tipo de aprendizado incentiva o engajamento e a colaboração dos estudantes, já que o modelo tradicional de ensino tem como um de suas principais dificuldades promover o engajamento e o protagonismo.
Nesse contexto, fomentar metodologias ativas como a maker transforma a realidade do estudante e dá a eles possibilidades de desenvolver mais habilidades para a vida profissional.